Cinco décadas antes de andarmos por aí agarrados a nossos smartphones clicando, editando e postando imagens nas mídias sociais, um grupo de artistas visionários já estava preocupado em explorar as possibilidades multimídia dos primeiros computadores e em debater o impacto da tecnologia. Uma mostra organizada de forma inversamente cronológica, começando pela era dos selfies e terminando na década de 60, como num túnel do tempo, inaugurou no Leste de Londres o circuito das grandes exposições de 2016 na capital britânica.
A exposição Electronic Superighway (2016-1966)”,
Nas escolas, a tecnologia pode ser uma ferramenta de produção e acesso à arte. Ferramenta de produção por permitir com que os olhares criativos sejam expressos por novas formas, alcançando novas pessoas.
Como ferramenta de acesso, a tecnologia permite com que a arte ultrapasse as barreiras de localização geográfica e sejam reproduzidas virtualmente, isto é, a tecnologia pode ser uma ferramenta de aproximar a arte às pessoas.
Tradicionalmente, a única forma de expressão de um estudante nas escolas é atrás da carteira, e essa é uma condição que desfavorece o potencial criador humano. Nesse caso, os poderes de comunicação, acesso e interatividade que a arte e a tecnologia permitem, colocam o fazer pedagógico em um outro plano, o de questionar o seu papel em meio as tendências e possibilidades contemporâneas e solicita uma reinvenção, de modo a utilizar a facilidade tecnológica e a criatividade artística a favor das melhorias educacionais.
(2016-1966)”, na centenária Galeria Whitechapel, uma das mecas da arte contemporânea internacional, mostra como as artes visuais vêm se misturando à tecnologia e evoluindo junto com ela, sem deixar de refletir de forma provocativa sobre um mundo cada vez mais dependente de gadgets. A mostra, em cartaz até 15 de maio, reúne mais de cem peças de artistas da nova geração, ou seja, nativos digitais, e de pioneiros, que já vislumbravam um mundo hiperconectado muito antes de Steve Jobs ser ícone pop.
“A construção de novas super-rotas eletrônicas vai se tornar algo ainda maior, uma rede de telecomunicações que opera com grande cobertura, satélites continentais, ondas, e mais tarde por cabos de fibra ótica. Eventualmente, a telecomunicação deixará de ser um mero lubifricante que mantém a engrenagem funcionando. Ela se tornará o nosso trampolim para novos e surpreendentes esforços humanos”, escreveu o coreano Nam June Paik, considerado um dos fundadores da vídeo-arte, num projeto para a Fundação Rockfeller. A data? 1974.